terça-feira, 31 de julho de 2012

Bélgica.

E quem vai para a Bélgica trabalhar quem é?
 Eu, Ik, I, Je, MOi meme!!!
Ora o ano passado foi um espanhol a oferecer massagens.
Este ano sou abordada as 13h da tarde por um rapaz cabo-verdiano.
-Olá.
-Boa tarde.
-Eu venho a seguir-te já à uns dez minutos,  e acho-te muito bonita.
-Ahhh...
-És daqui de Aveiro? Eu sou de Cabo-verde mas estou aqui em Aveiro a morar ali no "apartamento nao sei onde". Não queres vir até lá?
-Ahh desculpa tenho namorado e tenho de ir apanhar o autocarro, prazer...

Desatei a correr pro autocarro e nos próximos dias não saía de casa a partir das 20h.
Eu a pensar que o rapazinho estava perdido, e afinal era um stalker... Que puto de medo. Não sei se essa abordagem funciona em Cabo Verde mas cá em Portugal isso é muito directo...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Caminho.

Era meio dia dirigi-me à bilheteira e comprei um bilhete de ida. Planeava gastar apenas 25euros. Levava apenas uma mochila com uma troca de roupa e uns chinelos. Apanhei o comboio, coração leve e um sorriso no rosto. Tremia um pouco com a excitação de voltar à cidade por isso não conseguia dormir. Aproveitei e li um pouco. A hora passou e cheguei. Mochila as costas, e carteira a tira colo parecia uma turista. Dirigi-me à paragem para apanhar o autocarro. O sol estava forte mas agradável. No mp3 tocava Malu Magalhães. Estiquei-me encostei-me ao viro da paragem e deliciei-me com a vista daquela cidade feia e triste. Sei que só gosto dela pelas recordações que ela me trás sei que se não a conhecesse nunca ia gostar dela. Mas conheço-a e gosto dela. Foi ela que me mostrou o meu lado de cigana itinerante. Obrigou-me a fazer malas a correr a desenrascar-me como pudesse. Ela tornou-me mulher.
Era tão bom lá voltar. Senti nesse momento que podia correr o mundo. Conhecer pessoas e culturas diferentes. Por momentos senti que podia fazer disso vida, trabalhar seis meses e viajar outros seis. Livre de mochila as costas e pés ao caminho. Sem preocupações.
O autocarro chegou, detive-me antes de entrar. Poderia ir a pé. Ia por onde queria e demorava o tempo que quisesse. Mas antes que pudesse acabar a minha linha de pensamento ouvi a minha voz pedir um bilhete.
Um dia irei a pé.