Praia.

Chegas à praia ao 12h.

Do teu lado direito uma família de Biseu: "oh João Marcelo já te diche para estares quieto".

O mar lá a frente calmo límpido mas com alguns poios a boiar.

Entras na água, o arrepio inicial da entrada percorre todo o teu corpo, à medida que avanças em direcção ao horizonte a profundidade aumenta. Tu mergulhas e sentes todo o teu corpo liberto, o cabelo suspenso uma imensidão azul esverdeado à tua frente. Ficas sem ar. Sobes para respirar, onde estás não tens pé. Flutuas ao sabor da corrente, o sol bate-te na cara, os teus lábios estão salgados, fechas os olhos. Deslizas para debaixo de água o teu corpo não está seguro a nada, encontra-se suspenso na imensidão do mar, e tu pensas como seria bom se o teu corpo flutuasse. Precisas de respirar, vens à superfície, e olhas o céu, mais ao fundo o horizonte. Que imensa vontade de adormecer. Os problemas esvaíram-se na água. És só tu.

Sais da água, a torcer o cabelo, e quase esbarras com um nadador salvador, moreno, molhado, musculado tipo gajo da Baywatch mas muito melhor, perfeito para te salvar e quem sabe mais qualquer coisa.

Encaminho-me para a toalha, com alguma noção que me estão a comer com os olhos deito-me e adormeço.

Ouço o som do mar, as gaivotas, e a família de Biseu, que comprou bolacha americana ao vendedor ambulante.

Que belo dia de praia.