Era meio dia dirigi-me à bilheteira e comprei um bilhete de ida. Planeava gastar apenas 25euros. Levava apenas uma mochila com uma troca de roupa e uns chinelos. Apanhei o comboio, coração leve e um sorriso no rosto. Tremia um pouco com a excitação de voltar à cidade por isso não conseguia dormir. Aproveitei e li um pouco. A hora passou e cheguei. Mochila as costas, e carteira a tira colo parecia uma turista. Dirigi-me à paragem para apanhar o autocarro. O sol estava forte mas agradável. No mp3 tocava Malu Magalhães. Estiquei-me encostei-me ao viro da paragem e deliciei-me com a vista daquela cidade feia e triste. Sei que só gosto dela pelas recordações que ela me trás sei que se não a conhecesse nunca ia gostar dela. Mas conheço-a e gosto dela. Foi ela que me mostrou o meu lado de cigana itinerante. Obrigou-me a fazer malas a correr a desenrascar-me como pudesse. Ela tornou-me mulher.
Era tão bom lá voltar. Senti nesse momento que podia correr o mundo. Conhecer pessoas e culturas diferentes. Por momentos senti que podia fazer disso vida, trabalhar seis meses e viajar outros seis. Livre de mochila as costas e pés ao caminho. Sem preocupações.
O autocarro chegou, detive-me antes de entrar. Poderia ir a pé. Ia por onde queria e demorava o tempo que quisesse. Mas antes que pudesse acabar a minha linha de pensamento ouvi a minha voz pedir um bilhete.
Um dia irei a pé.
Estou quase a chegar joaninha!
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